Em 2006, a revista Times colocou em sua capa a personalidade do ano com título Você!. A publicação fazia referência ao YouTube, lançado em 2005, que começava a revolucionar os fluxos de produção e compartilhamento de conteúdo em vídeo na internet. Estamos em 2017 (quase 2018) e, de lá para cá, os smartphones e tablets ganharam seu lugar ao sol, as mídias sociais se multiplicaram e ganharam escala global e o vídeo, este formato tão amado desde a invenção do cinema, impera no conteúdo digital.
Neste processo de mudanças de modelos e paradigmas, um ponto chama a atenção: o vetor de produção do conteúdo. Se antes o conteúdo em vídeo era vertical, de poucos para muitos (com produtoras, emissoras de televisão, indústria cinematográfica etc.), hoje essa produção é horizontal, de todos para todos, uma vez que, com um smartphone na mão, é possível filmar, editar e compartilhar com qualidade e de forma segmentada.
Neste movimento de produção individual de vídeo online em alta, empresas como o YouTube continuam na liderança, investindo em espaços (YouTube Spaces) para criadores de conteúdo (os chamados “Creators”) e em formas de monetização. Seguindo este exemplo, o Facebook, que não é bobo nem nada, também já mostrou que em 2018 sua atenção será em expandir as experiências audiovisuais de seus usuários, através de Lives, criando uma nova aba só para vídeos, espaços para produtores (Facebook Studios) e, também, pensando em formas para remunerar seus Creators.
Para além das grandes mídias sociais, há canais se especializando em gerar conteúdos de vídeo para grandes plataformas OTT/ SVOD como Netflix, Hulu, Amazon, YouTube Red, além de TVs abertas e fechadas. Este é o caso da Awesomeness TV que se posiciona como uma rede de criadores (Creator Network) voltada para produções independentes e influenciadores – ajudando a ampliar suas audiências e construir suas marcas pessoais. A criação e distribuição dos chamados IPs (intellectual property) estão mudando a dinâmica do mercado, com produções diversificadas em formatos (documentários, talkshows, séries, filmes, curtas, notícias etc.) e temas, em alguns casos com baixo custo (principalmente para as plataformas de distribuição), com a presença de influenciadores que mobilizam uma legião de fãs em diferentes mídias sociais.
No Vidcon 2017, maior evento sobre vídeo online e creators do mundo, alguns pontos foram destacados por Adriana Boghosian (Mutato), conforme matéria publicada na Adnews:
Se você trabalha com comunicação, é um creator ou mesmo um entusiasta no assunto, vamos deixar aqui duas dicas valiosas:
Desculpe o atraso deste texto. A pauta anda parecida com a lista dos doze trabalhos de Hércules! Drama mitológico a parte, vamos ao assunto: o segundo dia do Proxxima. Esse último dia do evento começou muito bem, com a apresentação mais esperada por mim, cem por cento focada em modelo de negócios: Oliver, uma agência que cria agências, conforme anunciado na revista da programação. Simon Martin, representando a Oliver, declarou: “a constante é a ruptura”. Achei ótimo, pois, além de retratar o contexto, caso seja incorporado no dia a dia por nós, emagrece. Explico: as pessoas são resistentes às mudanças também por razões biológicas – somos programados para economizar energia, e mudança exige muito do cérebro, justamente o órgão mais gastador.
Well, o modelo que a Oliver propõe, no momento, é baseado em três pontos – velocidade na operação, confiança e transparência entre cliente e agência, orientação para o mercado. Como costumo repetir para nossa equipe, o mercado sempre ganha. Para a Oliver, a orientação para o mercado significa ter benefícios sustentáveis para o cliente, um diferencial competitivo verdadeiro, e capacidade operacional. Em breve, vamos ver como será a operação deles aqui no Brasil.
Na sequência entram os representantes do Grupo Estado e do SBT para uma apresentação do tipo “De onde viemos e para onde vamos”. No caso, a resposta foi: ambos são mesmo lugar – os veículos eram basicamente produtores de conteúdo e voltaram a focar nisso com a redução da importância da publicidade em suas receitas, planejando e criando projetos de conteúdo para marcas. Quando arguidos sobre a relação com os atuais donos da bola, Google e Facebook, o termo usado foi “Friendemy”. É a situação típica “se não podemos com eles, nos unimos a eles”. Aliás, todos os veículos que subiram no palco do Proxxima declararam ter acordos com esses gigantes onipresentes. Depois disso, a Globosat substitui os colegas em uma apresentação de 10 minutos sobre o VIU hub e contou sobre o case Prêmio Multishow, que teve transmissão simultânea de conteúdos diversos, adequados a cada meio. Assim fizeram a proeza de alcançar uma audiência 229% maior entre os jovens, público que tem fugido da TV.
Quando o assunto é esporte, o gato Garfield é meu atleta favorito. Mas fiquei profissionalmente atenta a apresentação da LX Consultoria (que representa Neymar Jr.), e da Esportes Grupo Globo, que mostraram como trabalham e ganham dinheiro combinando esporte e comunicação digital. O Meio&Mensagem arrematou: “O digital exponencializa o poder do esporte.”. OK!
Sei que o povo de humanas normalmente foge da matemática, mas a apresentação da TVxtender, que veio na sequência, tinha como título MGI – a matemática para você não errar com a mídia programática. Apenas dez minutinhos, “humanizados” pelo mote/causa “Vamos causar uma boa impressão”, que por sua vez foi amarrado à argumentação de que causar uma boa impressão é bem diferente de ter uma boa apresentação, e o fato de destinar 10% do valor investido na sua plataforma de vídeos às causas sociais. Mas e a matemática? Senta que vem fórmula: MGI = A²+F+CC, onde A é audiência, F é formato, CC é conteúdo criativo.
O Itaú entrou depois, no horário da fome, e atrasado (não foi culpa dele, diga-se). Foi tão bom que segurou a plateia, sem sofrimento. Eu não sofri! Alguém? O banco dividiu com a CI&T o desafio de se tornar digital ponta a ponta, interagindo o tempo todo com os clientes, mobile first. Mostrou com números (afinal, é um banco), que não poderia ser diferente: em 2008, 74% das transações eram feitas em canais tradicionais (agência, caixa eletrônico, telefone); no primeiro trimestre de 2016, 71% das transações já eram feitas em canais eletrônicos remotos. Ellen Kiss, do Itaú enfatizou: “Banco não é um lugar para onde você vai, é um lugar onde se faz algo.”
O Itaú se propõe fazer a gestão completa da experiência do cliente, o verdadeiro motor das mudanças, como declara o slogan “É você que atualiza o Itaú.”. E é assim que tem de ser. O marketing aposta que 30% do resultado do seu trabalho vem da comunicação bem feita e 70% é mesmo resultado da experiência dos clientes com o banco.
Mas como foi mudar a cultura solidificada de uma empresa tradicional e analógica na velocidade necessária? A CI&T mostrou que inverteu a pirâmide do processo, começando com a mudança de “Como fazemos”, passando para “Valores e Atitudes”, para então chegar à “Cultura”. Aliás, Cultura Digitaú – que não é apenas sobre tecnologia, é sobre comportamento. Em bonito slide listaram seis pontos que a guia: cliente sempre no centro de tudo (óbvio); colaboração (óbvio 2); foco na criação de valor (óbvio 3); abertura genuína para a experimentação (óbvio 4); orientação por dados para focar no cliente (óbvio 5); busca incansável por o melhor modelo de negócio (óbvio 6). Tudo bem óbvio, mas vai executar! Parabéns Itaú, que parece escrever o que pregou: “Ideias são valiosas, execução é tudo.”. Quando eu conseguir ganhar dinheiro com comunicação e marketing, deposito todo lá no Itaú.
Almoço rápido. Nos dias anteriores aproveitei essa pausa para encontrar parceiros de negócios. No almoço de despedida da passagem por SP, tive a boa companhia de um brilhante professor da FGV e também gestor de investimentos, ex-Itaú (!) e ex-marido, Claudio Monteiro, que fez um panorama sobre Economia e Política, sempre bom de ouvir.
De volta ao mundo Proxxima, a Natura personificou a união do marketing com a tecnologia nas figuras de seus gestores Andrea Tavares e Agenor Leão para falar sobre o impacto dessa dupla nos negócios. Para contextualizar a importância e necessidade de juntarem forças e implantarem uma nova cultura (olhe ela aí de novo), declararam que 99,65% de todos os pedidos das consultoras são captados digitalmente. Big Data, apps, soluções de comunicação e interatividade, machine learning, RTD, ChatBots, Realidade Aumentada, e mais, fazem parte do cardápio para cumprir a agenda de transformar o negócio existente e construir um novo negócio digital. Interessante ver o cara da tecnologia falando, falando, falando… Isso gerou o seguinte comentário: “Você vê que a história mudou quando o profissional de tecnologia fala mais do que o de marketing e inovação.”. Porém ficou claro com a performance de Agenor, que não se faz mais profissional de tecnologia como antigamente. Ainda bem! Hoje é essencial ter também visão e domínio de negócio.
E então apareceu passarinho azul no palco – o Twitter apresentou o Twitter Business Solutions, plataforma (uma das 4 palavras mais queridas do momento) para facilitar o contato entre marcas e consumidores. Em seguida a IBM, mostrou a sua visão sobre inteligência artificial e solução para engajar clientes, trabalhando com o mais importante recurso natural (chamado assim pelo representante da empresa, Claudio Santos) do século XXI: dados. No embalo, a Euromonitor Internacional chegou para falar sobre a internet das coisas na realidade de negócios. Em pauta, espelhos e casas inteligentes, união de players como GM e IBM (Watson), Ford e Amazon, para surfar essa terceira onda da internet. Uma das apostas é no potencial de disrupção do comércio, tendo como intermediário Coisas e não mais smartphones ou computadores. Um beliscão, em forma de comentário, nos trouxe de volta do êxtase tecnológico: a barreira ainda é a capacidade da conexão. Logo resolvemos! Já existe diversos wearables, freezer, máquinas de lavar, ligados à web e eles estão se saindo muito bem.
Na mesma pegada mundo conectado a Posterscope contou como segmentar público com recursos de digital para exibir anúncios mais adequados em espaços out of home. Real-time. Fomos tageados, mas você pode se livrar de sua tag abrindo mão de andar por aí com seu smartphone. A empresa analisa e determina audiência que prevalece no local, no momento, e exibe a mensagem mais relevante para aquele público. A Elemídia e a Eletromídia conversaram sobre o quão prospero pode ser esse segmento e também contaram sobre o que trazem de novo para a eficácia da comunicação dos anunciantes.
Parece ouvi tambores, ou será que os criei mentalmente para abrir a discussão que estava ansiosa para presenciar: Consultoria vira agência. Agência vira consultoria. Virou zona?
Que delícia de zona! Para os clientes está ótimo. Não importa quem veio antes, o ovo ou a galinha, mas ter um ovinho bem feitinho na mesa do café da manhã. No caso, o foco é a solução para o negócio. Tanto agência quanto consultoria entenderam que a necessidade do cliente mudou e estão dando os seus pulinhos para fazer uma entrega consistente. Os profissionais envolvidos estão aprendendo a integrar os mundos de cada business. As perguntas que pairam no ar são: as agências conseguem transformar ideias em entrega que tragam desempenho para o negócio? As consultorias conseguem lidar com processos criativos? De qualquer forma, ambas estão se preparando bem para a disputa, a exemplo da Accenture que está incorporando criativos de peso em sua equipe e a Isobar que incorporou uma empresa de consultoria. Que vença o cliente! 😉
Por Ana Carolina Monteiro.
No próximo dia 18 de Novembro acontecerá o Meeting Salvador. O evento irá reunir profissionais do mercado e debater temas da área de marketing digital. A experiência é importante para se atualizar sobre acontecimentos do mercado e também para conhecer novas pessoas e é claro que a COM Inteligência marcará presença!
Quer saber mais sobre o Meeting Salvador? Visite a página do evento clicando aqui e aproveite para reservar sua vaga – são apenas 50.
Danila Dourado, Andre Brazoli e, nossa gerente de projetos, Teresa Rocha fizeram uma pesquisa entre 50 agências de publicidade para saber a presença dos negros entre os cargos estratégicos, e o resultado foi ínfimo. Diante disso eles criaram um formulário onde os profissionais negros registram nome, área de atuação, especialidades e link do currículo, essa iniciativa vai ajudar a pulverizar os nomes desses profissionais no mercado.
Quer saber mais? Acesse o blog e confira: http://bit.ly/1Weo55O
Hoje, 21 de Outubro de 2015, o Marty McFly, personagem do filme “De Volta para o Futuro”, chegaria do ano de 1985 para resolver um problema com seu futuro filho. Pensando nisso, nós da Com Inteligência resolvemos mostrar algumas diferenças que McFly encontraria nos dias de hoje. Confira abaixo e divirta-se com a gente.
Bilhetinho x Whatsapp – Nada de bilhetinhos, Marty! Caso você queira se comunicar com alguém, o negócio é o Whatsapp. O mensageiro instantâneo faz o maior sucesso e facilita bastante a vida das pessoas. Você vai adorar!
Walkman x Spotify – Marty, você nunca mais terá que se preocupar com o tamanho das músicas que vai pôr em suas fitas K7, muito menos se as músicas serão gravadas só pela metade. Com aplicativos como o Spotify você pode ter milhares de músicas ao mesmo tempo sem se preocupar com isso. O problema será você descobrir qual vai escutar primeiro. Por sinal, que nome feio: fita K7.
Telefone x Smartphone – os telefones servem para ligar e falar com as pessoas que estão longe de você, não é mesmo? Pois bem, Marty, esta maravilhosa invenção da humanidade foi ainda mais aperfeiçoada. Com os smartphones você pode falar com quem quiser e onde quiser. Sim! Pelo simples fato de que eles são PORTÁTEIS. E quer saber mais? Sabe o Spotify e o Whatsapp? Eles podem ser usados nos smatrphones. Precisaríamos de 05 postagens como estas para explicar os benefícios de um smartphone, Marty. São maravilhosos.
Mapas x Waze – E se Marty se perder nas ruas das cidades do ano de 2015, muito mais complexas que o ano de 1985, o que ele usaria? Um mapa? Não! Ele usaria o aplicativo Waze, ou outros aplicativos que ajudam na localização. E sabe o melhor, Marty? O Waze ainda mostra os engarrafamentos e problemas nas vias que você frequentar. Ok, sabemos que em seu ano de origem não existiam tantos engarrafamentos, mas acredite, você vai precisar.
Videocassete x Netflix – E quando você chegar ao ano de 2015 vai querer descansar um pouco, assistir um filminho e o que você fará, Marty? Alugar um filme? Nada disso! Hoje em dia você pode assistir filmes através do Netflix, também pelo Smartphone, viu? Há quem diga ser bom manter um relacionamento sério com o Netflix, fica dica qualquer coisa!
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Por: Rodrigo Stabolito
O Google Adwords liberou, em definitivo, uma nova modalidade de anúncios no começo deste mês – o GSP (Gmail Sponsored Promotions). No bom e velho português, nada mais é do que a entrega de publicidade nas caixas de entrada de contas Gmail. O recurso em si não é novo (já estava em fase beta desde o ano passado), porém agora qualquer anunciante / agência está apto(a) a configurar campanhas explorando a funcionalidade.
Resumindo: a cobrança é feita por CPC e a segmentação enquadrada com o sistema da Rede de Display do Google: poderemos configurar por palavra-chave, interesses, informações demográficas ou remarketing. Logo, ao menos na maioria dos casos, não é muito responsável configurar uma campanha deste tipo esperando uma alta taxa de conversão. Por outro lado, creio que, quando criada com muito critério, poderá trazer um retorno real mesmo com a ação de geração de leads ou vendas elevada ao status de KPI.
É bom também enfatizar que essa modalidade de anúncio tem suas vantagens em relação ao tradicional uso de e-mail marketing – as chamadas serão sempre apresentadas em destaque na caixa de entrada e apenas quando houver clique um custo será debitado na campanha. Como desvantagens, aponto para o fato de não ser possível trabalhar com uma lista personalizada de endereços, além da limitação de impacto aos usuários que usam gmail (mesmo que este detenha grande parcela do “mercado de contas de e-mails”).
Como em qualquer outro tipo de publicidade, bom senso e tática inteligente são cruciais para uma boa performance. Portanto, coloco minha aposta na mesa: o GSP chega para agregar (e muito) a forma de se fazer remarketing. Afinal a relevância nesse caso é garantida, e poderá ser mais potencializa se o resgate for justamente daquele usuário que encontra-se no gargalo do funil de conversão, possivelmente impactado por um anúncio de Search em momento imediatamente anterior a esta entrega.